quarta-feira, 24 de julho de 2024

 Voltando?

segunda-feira, 15 de maio de 2023

Eu não falharia

Se tudo fosse possível

A vida seria falível?


Às vezes, muito volúvel

tenho um medo miserável

de um erro lastimável

Se tornar irretratável


E o suspense inegável

da perda irreparável

do seu choro inconsolável

consumir, abominável

minha alma insaciável

em um ocaso intransponível


E tu, inabalável

Te afastares, insensível


Eu faria o impossível

em penitência interminável

tolerar o intolerável

e qualquer dor terrível


E com foco inabalável

superar o inevitável

mesmo o mau imperceptível

e realizar o impossível

destruir o indestrutível


E reaver o som incrível

da candura inabalável

do seu riso irresistível

sexta-feira, 1 de maio de 2020

Ciclo

Um desejo
Pequena morte
Ou a vida
Em recomeço

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Como?

Olhos vidrados, que não vêem;
língua de desgosto, endurecida,
medo e raiva, vão e vêm,
mente solta, enfurecida

O vão grito, mudo, em vácuo
o febril pulso em arrepio
o resultar em nada o nado
pesando toneladas o vazio

Nada mais a ser falado
nem a dor a ser ouvida
e o gesticular desesperado
da consciência removida

Súbito emerge à mente
a própria vida enquadrada
num retrato decadente
de beleza desfigurada

E com ela a dimensão
da cruz da decisão
por ego, sumiço ou razão
que não mudará nada

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

A mesma história

Não ignoro a paixão
Deixo ela entrar

Quero que ela entre
Sinta-se em casa
Tire os sapatos
Pegue um drink
Coloque uma música
... e dance
e se descabele
e se aproveite
e se desnude
e sirva-se
da carência e da ausência

Quero que ela se consuma
e que me consuma
me trague
me alivie
e me mate

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Fogo fátuo

Mil cigarros apagados
de amores imperfeitos 

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Desencontro

Oh meu blog, querido, que falta você me faz...

Desencontrei-me de você, espero encontrá-lo em breve novamente.

Saudade de sentimentos líricos.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Babilônia

jaume-plensa2

Vivemos uma
montanha russa:
eu português
vc grega

Imagem: Jaume Plensa

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Por que o poeta atravessou a rua?



Não passavam carros

O sinal está vermelho
Parei

O sinal está vermelho
olhei a rua

Não vi nenhum sinal
Atravessei

sexta-feira, 8 de julho de 2011

De que valeu?



O dia que tudo acabar
não ligue, nem avise
deixe estar
e quarto vazio
que eu nem ligarei
ou desligarei

Nesse dia, de uma só noite
em que não houver
cantar de pássaros
vento fresco
ou chuva quente
me esqueça

Deixe a água
afogar a mágoa
deixe a seca
sufocar à sede
deixe a guerra
enterrar a terra

Se um dia
tudo acabar
quero ser ignorante
ou emburrecer
em um instante
e ainda burro
ignorar

Imagem: Andreco

sábado, 2 de julho de 2011

Enquanto



...
Tiro os sapatos
debruço sobre
sua sonolência
como os coqueiros
sobre a praia
estendendo envolvida
pelo mar
mas do mar
só quero calmaria
ou seus braços
e as ondas, de calor
que amam e rejeitam
num carinho manso
lapidando todas
as superfícies
duras
que de coral são
...

domingo, 12 de junho de 2011

É bobo



Ontem te vi na varanda
preguiçosa na rede
bolei um poeminha
pra chamar tua atenção
Mas se tu gostaste
como disseste
do poema
por que me deste um bolo?
Então bolei outro poeminha
sobre aquele triste dia
que tu me embolaste
mas não te enviei
pois bolar poema
a quem dá bolo
de amor
me dá fome
e hoje um bolo
comerei

terça-feira, 7 de junho de 2011

Cuide-se



Em minha ausência
esteja alerta
esteja aberta
a qualquer nova
experiência

Mande carta
mande foto
ou se esconda
em penitência

Vire louca
fique rouca
gritando as minhas
indecências

Fique fria
ou vazia
em agonia
e se mate
de carência!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Embora



Em silêncio
subitamente desgostoso
eu espio
5 minutos que irão sumir
após todas essas noites
e obrigo meus neurônios
concentrarem no quadro-a-quadro
de suas pernas semi-abertas
mal esticadas pela cama
seu cansaço sincero
sua beleza
amarrotada entre os lençóis
tentando apreender de nós
quem somos
porque o desejo
mais que o tempo
é de estarmos nós